Conheça um pouco da nossa história…
Ao longo dos anos de 1990 houve a redução no número de greves. Ainda assim, em 1993 houve 653 greves em todo o Brasil. Neste contexto de lutas por melhores condições de trabalho, os docentes da recém criada UNIMONTES não estavam indiferentes às lutas e a redemocratização do país.
No início do ano de 1993 os docentes e servidores da UNIMONTES entraram em greve. Sua bandeira de luta era por melhores condições de trabalho. Desde setembro de 1990, com o processo de estadualização da Fundação Norte Mineira de Ensino Superior (FUNM) tornando-se Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), o Estado tratou inadequadamente a mais recente autarquia. Ao longo destes dois anos, de 1990 a fins de 1992, (of.n°.062-GAB/150-UNIMONTES-01/03/1993), verificou-se uma perda salarial em relação às outras instituições de ensino particulares e estaduais, (defasagem de 443,47% para professores e 236,14% para demais servidores).
O movimento de luta dos servidores pela recomposição de seus salários perdurou por cerca de três meses, cuja paralisação foi reconhecida como justa e legítima pela Reitoria (Resolução n° 01/CONSU-UNIMONTES/93-05/03/1993).
Em meio a este movimento evidenciou-se a necessidade de uma representação organizada dos docentes e uma pauta de reivindicações melhor estruturada, que se propusesse discutir, não apenas a questão salarial, mas também a organização da UNIMONTES, a situação legal dos professores e funcionários, a relação da Universidade com o Estado. Assim, uma comissão sindical de professores iniciou contatos com o ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior), e em 1° de abril deste mesmo ano, em uma Assembleia Geral de professores criou-se a ADUNIMONTES-S.Sind (Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Montes Claros – Seção Sindical da ANDES-SN). Foi eleita uma diretoria provisória que realizou eleições para a diretoria definitiva, elaborou um regimento (aprovado em Assembleia Geral em 14 de maio de 1993) e registrou a instituição junto a ANDES-SN, recebendo desta, parecer aprovando a instituição em 03 de julho de 1993 no XXVI CONAD (Conselho Nacional das Associações de Docentes da ANDES-SN).
Depois de instituída a ADUNIMONTES, esta fortaleceu o movimento de paralisação reivindicando seus direitos. Ao término da greve, a ADUNIMONTES lutou pelo pagamento dos dias parados com a greve, sendo que a aprovação do calendário escolar 1993/1994 excluiu do seu programa o período de greve. Apesar de ter conseguido um reajuste no quadro remuneratório, intuído da greve, a ADUNIMONTES iniciou uma efetiva luta pelos direitos de seus associados: Plano de carreira, progressão salarial por titulação, isonomia salarial em relação à UEMG e IFES (Instituto das Federais de Ensino Superior) e regularização da situação trabalhista dos docentes, implantação da avaliação institucional, gratuidade do ensino público, por uma universidade pública, gratuita, e de qualidade foram algumas das bandeiras de lutas levantadas pela ADUNIMONTES ao longo de sua história.
Do ano de 1993 até os dias atuais, o que se observa são mudanças consideráveis tanto na estrutura da UNIMONTES quanto da ADUNIMONTES. Cada qual procurando fortalecer o seu papel último, seja como instituição de ensino, seja como entidade de classe, sem esquecer que as duas instituições têm interesses convergentes, qual seja a melhoria do ensino e uma melhor qualificação do seu corpo docente, o que passa necessariamente por uma mudança salarial quantitativa.
Apesar dos limites e dos possíveis esquecimentos, esperamos que através deste pequeno contexto, reforce as esperanças, apesar das conquistas não alcançadas, por um futuro melhor.
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